domingo, 2 de agosto de 2009

Ex-secretário de Osama

O Portal de Notícias da Globo

03/11/08 - 21h40 - Atualizado em 03/11/08 - 21h45
Júri de Guantánamo condena à prisão perpétua ex-secretário de Osama
Washington, 3 nov (EFE) - Um júri da comissão militar de Guantánamo condenou hoje à prisão perpétua Ali Hamza Sulayman al-Bahlul, ex-secretário de imprensa de Osama bin Laden, por ter dado apoio material ao terrorismo e contratar matadores de aluguel.

O iemenita, de 39 anos, enfrentou o segundo julgamento por crimes de guerra realizado nos Estados Unidos desde a Segunda Guerra Mundial, após Salim Hamedan, ex-motorista do líder da organização terrorista Al Qaeda, que foi condenado em agosto a cinco anos e meio prisão por apoio material ao terrorismo.

A sentença se ajusta ao que tinha pedido o promotor-geral do caso, Daniel Cowhig, que ressaltou que Ali Hamza Sulayman al-Bahlul não mostrou remorso por seus atos.

O veredicto da sentença foi anunciado pelo júri, formado por nove oficiais militares, que tinha declarado o ex-secretário de Osama culpado na sexta-feira de 35 acusações de conspiração, apoio material ao terrorismo e contratar matadores de aluguel, apesar de a decisão ter sido publicada apenas hoje.

O júri militar, escolhido pelo Pentágono, absolveu o iemenita - que aderiu à Al Qaeda em 1999 e foi o secretário de Imprensa de Osama bin Laden até ser detido, em 2001 - de uma acusação de conspiração e de outra de apoio material ao terrorismo.
Ali Hamza Sulayman al-Bahlul denunciou em várias ocasiões o sistema dos tribunais militares de Guantánamo e anunciou sua intenção de boicotar o próprio julgamento.

No entanto, apareceu depois nas audiências para reiterar suas denúncias e seus planos de não comparecer mais às sessões.
De fato, em agosto ele abandonou uma audiência preliminar do julgamento por considerar o processo uma "farsa legal", e assegurou que só voltaria para escutar o veredicto e a sentença.

Também não quis que seu advogado militar, o major da Força Aérea David Frakt, que tinha sido designado pelo Pentágono, lhe defendesse no julgamento, um direito que quis exercer ele mesmo, mas o juiz Ronald Gregory lhe negou essa possibilidade.
A Promotoria acusou Ali Hamza Sulayman al-Bahlul de preparar material de recrutamento para Al Qaeda, incluindo um vídeo que glorifica o atentado que matou 17 marines americanos do destróier USS Cole, no porto de Áden, no Iêmen, em 2000.

Ele também foi acusado de filmar a última vontade de Mohammed Atta, um dos líderes e pilotos suicidas de 11 de setembro de 2001, e de estabelecer as comunicações para Osama bin Laden.

O Governo disse durante o julgamento que Ali Hamza Sulayman al-Bahlul admitiu nos interrogatórios que tinha sido o chefe de Imprensa de Osama bin Laden e que tinha elaborado vídeos de propaganda para o líder da rede terrorista.

Na primeira audiência preliminar, em maio, o iemenita jurou lealdade a Bin Laden e admitiu ter realizado muitos dos atos dos quais foi acusado, apesar de ter dito que não os considera crimes.
Hoje, ao escutar o veredicto de culpabilidade do júri militar, o iemenita quebrou sua promessa de boicote e, no último comparecimento antes que os membros do júri começassem a deliberar sobre a sentença, jurou "lutar contra qualquer Governo" dos Estados Unidos.
"Lutaremos contra qualquer Governo que dirija os Estados Unidos. Somos os únicos sobre a Terra que nos rebelamos contra vocês", disse.
Ali Hamza Sulayman al-Bahlul também afirmou que os Estados Unidos tinham que culparem a si mesmos pelos atentados de 11 de Setembro, ao assinalar que "quem tiver dito que (os atentados) ocorreram do nada são idiotas. Vocês iniciaram a guerra contra nós". EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL847985-5602,00.html

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