terça-feira, 28 de julho de 2009
Tigres de Liberação do Tamil Eelam
Os Tigres de Liberação do Tamil Eelam (em tâmil: தமிழீழ விடுதலைப் புலிகள், transl. ISO 15919: tamiḻ iiḻa viṭutalaip pulikaḷ), comumente conhecidos como LTTE (abreviação do nome em inglês, Liberation Tigers of Tamil Eelam) ou Tigres Tâmeis, constituem uma organização política armada que pretende, através de uma violenta campanha secessionista, a autodeterminação do povo tâmil mediante a criação, no nordeste da ilha do Sri Lanka, de um Estado independente denominado Tamil Eelam.[2] A campanha deu origem à Guerra Civil do Sri Lanka, um dos mais longos conflitos armados da história recente da Ásia.
Fundado no ano de 1976, trata-se do principal grupo separatista ligado à minoria tâmil. Seu principal líder foi Velupillai Prabhakaran, também conhecido como Prabaharan ou Thambi, que era procurado pela Interpol por terrorismo, assassinato, crime organizado e conspiração terrorista.[3] Os Tigres Tâmeis alegavam lutar para proteger a minoria tâmil da discriminação nas mãos de seguidos governos da maioria cingalesa, que dominam o país desde a sua independência,[4] e Prabakharan declarou, durante uma entrevista coletiva,[5] que o LTTE ainda não estava pronto para reivindicar um estado independente, e que considerava que a independência seria uma possibilidade, a partir do reconhecimento político de uma pátria tâmil, de uma nacionalidade tâmil e do direito do povo tâmil à autodeterminação.
Os Tigres Tâmeis têm como uma de suas bases de apoio diversos membros da diáspora tâmil, bem como dos tâmeis que vivem no estado de Tamil Nadu, na Índia.[6][7]
Os Tigres, que durante o auge de seu poder possuiam um núcleo de treinamento de milícias bem desenvolvido e organizado, ficaram notórios pela prática de atrocidades contra civis, incluindo sequestros e ataques intencionais,[8] pela execução de ataques a autoridades de alto escalão, incluindo o assassinato de diversos políticos do Sri Lanka e da Índia, como Rajiv Gandhi, e por recrutar crianças-soldado. O LTTE inventou o cinturão suicida, e foi pioneiro no uso de homens-bomba como tática de combate.[9][10] Também foram pioneiros no uso de mulheres nestes ataques suicidas,[11] e também chegaram a usar aviões em alguns de seus ataques.[12] O LTTE foi considerado uma organização terrorista por 33 países, entre eles o Canadá, Estados Unidos, Índia (desde.
Fundação
O LTTE foi fundado em 5 de maio de 1976 por Velupillai Prabhakaran, como a entidade sucessora dos Novos Tigres Tâmeis (Tamil New Tigers, em inglês, conhecidos pela sigla TNT), um grupo militante notório pelo assassinato do prefeito de Jaffna, Alfred Duraiyappah, em 1975.[24] Prabhakaran procurou "transformar o antigo TNT/novo LTTE numa força de combate de elite, impiedosamente eficiente e altamente profissional",[24] que, como notou o expert em terrorismo Rohan Gunaratna, ele procurou fazer mantendo um pequeno número de soldados, um alto padrão de treinamento, e aplicando disciplina em todos os escalões."[25] O LTTE atraiu muitos partidários entre jovens tâmeis desiludidos, que passaram a realizar ataques de pequeno porte contra diversos alvos governamentais, incluindo policiais e políticos locais.
O primeiro grande ataque do grupo foi realizado em 23 de julho de 1983, quando um veículo de transporte de tropas do Exército do Sri Lanka sofreu uma emboscada nos arredores de Jaffna. 13 soldados cingaleses morreram no ataque, o que levou à série de distúrbios, conhecidos como Julho Negro, contra a comunidade tâmil do Sri Lanka. Como resultado, mais jovens tâmeis juntaram-se aos grupos militantes para lutar contra o governo do Sri Lanka, no que é considerado o início da insurgência no país.
[editar] Chegada ao poder
Inicialmente os Tigres Tâmeis cooperavam com outros grupos militantes tâmeis, com os quais partilhavam os mesmos objetivos. Em abril de 1984 o LTTE juntou-se formalmente a outra frente militante, a Frente Nacional de Liberação do Eelam (Eelam National Liberation Front, ENLF), uma união entre a Organização para a Liberação do Tamil Eelam (Tamil Eelam Liberation Organization, TELO), a Organização Revolucionária de Estudantes do Eelam (Eelam Revolutionary Organisation of Students, EROS), a Organização Popular para a Liberação do Tamil Eelam (People's Liberation Organisation of Tamil Eelam, PLOTE) e a Frente Revolucionária de Liberação do Povo Eelam (Eelam People's Revolutionary Liberation Front, EPRLF).[26]
A TELO costumava advogar a visão indiana dos problemas, e apoiava o ponto de vista indiano durante as negociações de paz com o governo do Sri Lanka e os outros grupos. O LTTE colocou-se contra esta posição, afirmando que a Índia agia apenas motivada por seus próprios interesses; consequentemente, em 1986, o LTTE separou-se da FNLE. Os dois grupos passaram então a se enfrentar em luta armada pelos próximos meses.[27][28] Após o confronto, quase toda a liderança da TELO e muitos de seus militantes foram mortos pelo LTTE.[29][30][31] Poucos meses depois os Tigres Tâmeis atacaram os campos de treinamento da EPRLF, forçando-a a abandonar inteiramente a península de Jaffna.[26][29]
O LTTE passou a exigir, então, que todos os insurgentes tâmeis restantes se juntassem ao grupo. Avisos foram espalhados, a este respeito, em Jaffna e Madras, na Índia, sede de muitos grupos tâmeis. Com dois dos principais grupos, a TELO e a EPRLF, já eliminados ou enfraquecidos, os grupos militantes tâmeis restantes, que eram cerca de 20, foram absorvidos pelo LTTE, o que fez de Jaffna uma cidade.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tigres_Tamil
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