terça-feira, 28 de julho de 2009

Hizbollah

Hizbollah[1] (em árabe: حزب الله, transl. ḥizbu-'llāh(i),[2] "partido de Deus") é uma organização política e paramilitar islâmica xiita sediada no Líbano.[3] É uma força significativa na política libanesa, responsável por diversos serviços sociais, além de operar escolas, hospitais e serviços agriculturais para milhares de xiitas libaneses.[4] É considerado um movimento de resistência legítimo por todo o mundo islâmico e árabe.[3] O grupo, no entanto, é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos, Israel, Canadá e pelos Países Baixos. O Reino Unido colocou a sua ala militar na lista de organizações terroristas banidas no país,[5] enquanto a Austrália considera parte de sua estrutura militar, a Organização de Segurança Externa, uma organização terrorista.

O Hizbollah surgiu inicialmente como uma milícia, em resposta à invasão israelense do Líbano de 1982, também conhecida como Operação Paz para a Galileia, e continuou a resistir contra a ocupação israelense do Líbano por toda a Guerra Civil Libanesa.[10][3] Seus líderes se inspiraram nas ideias do aiatolá Khomeini, e suas forças foram treinadas e organizadas por um contingente da Guarda Revolucionária Iraniana.[11] O manifesto de 1985 publicado pelo Hizbollah listava suas três metas principais como "colocar um fim a qualquer entidade colonialista" no Líbano, levar os Falangistas à justiça "pelos crimes que perpetraram", e estabelecer um regime islâmico no país.[12][13] Recentemente, no entanto, o Hizbollah vem fazendo poucas menções a respeito da fundação de um Estado islâmico, e não tem mais feito alianças seguindo tendências religiosas.[11] Os líderes do partido são responsáveis, no entanto, por diversas declarações pedindo pela destruição do Estado de Israel, ao qual se referem como a "entidade sionista", "construída sobre terras arrancadas das mãos de seus proprietários.

O partido, que começou apenas como uma pequena milícia, já se transformou numa organização que tem assentos no parlamento libanês, uma rádio e uma estação de televisão via satélite, além de diversos programas de desenvolvimento social.[14] O Hizbollah mantém um forte apoio entre a população xiita do Líbano, e conquistou algum apoio entre o resto da população do país, incluindo sunitas, drusos e cristãos, na sequência da Guerra do Líbano de 2006,[15] e conseguiu mobilizar protestos de centenas de milhares de pessoas[16] Juntamente com outros grupos políticos do país, o Hizbollah iniciou os protestos políticos do Líbano de 2006-2008, em oposição ao governo do primeiro-ministro Fuad Siniora.[17] Disputas posteriores envolvendo a manutenção pelo Hizbollah de sua rede de telecomunicações levaram a disputas, e militantes da oposição, liderados pelo partido, tomaram o controle de diversos bairros de Beirute Ocidental, anteriormente ocupados por milicianos do Movimento do Futuro, leais a Siniora; as áreas foram entregues então ao exército libanês.[18] Finalmente, com base no Acordo de Doha, o Hizbollah recebeu o poder de veto no parlamento libanês; além disto, formou-se um governo de unidade nacional, no qual o partido tem um ministro, e controla onze dos trinta assentos existentes.

O Hizbollah recebe ajuda financeira do Irã e da Síria, além de doações de libaneses e de outros xiitas pelo mundo.[20][21] O partido também ganhou uma força militar significante nos últimos anos.[22] Apesar de uma certificação de junho de 2008, pelas Nações Unidas, de que Israel havia se retirado de todo o território libanês,[23] em agosto daquele ano o novo gabinete de governo do Líbano aprovou uma proposta que assegura a existência do partido como uma organização armada, e garante o seu direito de "liberar ou recuperar terras ocupadas." Desde 1992 a organização é chefiada por Hassan Nasrallah, seu secretário-geral.

Atualmente goza de certa popularidade no mundo árabe-muçulmano por ter assumido a responsabilidade de levar Israel a deixar o sul do Líbano em Junho de 2000. Também parece estar se espalhando pelo mundo, sendo inclusive acusado pelos EUA de ter membros venezuelanos.

Atuação do Hezbollah

O Hezbollah constitui-se em um dos principais movimentos de combate à presença israelense no Oriente Médio, utilizando de ataques de guerrilha.

Desenvolve também uma série de atividades em cinco áreas: ajuda a familiares de mártires, saúde, educação religiosa xiita, reconstrução e agricultura.

O Hezbollah conta com cinco hospitais, 43 clínicas e duas escolas de enfermagem. Segundo a ONU, ao menos 220 mil pessoas em 130 cidades libanesas se tratam nesses locais. O Hezbollah possui 12 escolas com sete mil alunos e setecentos professores e centros culturais franceses auxiliam no aperfeiçoamento do corpo docente.

Na reconstrução, existe uma instituição exclusiva para reparar danos causados por ataques israelenses, enquanto que na agricultura engenheiros agrônomos formados em Beirute, na Síria, no Irã e na Alemanha, desenvolvem projetos agrícolas para garantir a base da economia de subsistência do sul do país.

Em 23 de Outubro de 1983, dois atentados suicidas contra a força multinacional de interposição fizeram 248 mortes de americanos e 58 mortes de franceses. Os Estados Unidos acusam o Hezbollah e o Irã de estarem por trás do atentado.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hezbollah

Nenhum comentário:

Postar um comentário