terça-feira, 28 de julho de 2009

Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia–Exército do Povo (em castelhano Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia–Ejército del Pueblo), também conhecidas pelo acrônimo FARC ou FARC-EP, é uma organização de inspiração comunista, autoproclamada guerrilha revolucionária marxista-leninista, que opera mediante uso de métodos terroristas e de táticas de guerrilha. Lutam pela implantação do socialismo na Colômbia[1]. Apesar de não ser membro do Foro de São Paulo, que congrega partidos de esquerda da América Latina, as FARC já estiveram presentes em suas reuniões [2][3].

As FARC são consideradas uma organização terrorista pelo proprio governo da Colômbia, pelo governo dos Estados Unidos[4], Canadá[5] e pela União Européia[6][7]. As principais organizações internacionais como a ONU e os governos de outros países latino-americanos, como Equador[8], Bolívia, Brasil[9], Argentina[10] e Chile[10] não lhes aplicam esta classificação. O presidente Hugo Chávez rejeitou publicamente esta classificação em Janeiro de 2008 e apelou à Colômbia como outros governos a um reconhecimento diplomático das guerrilhas enquanto “força beligerante”, argumentando que elas estariam assim obrigadas a renunciar ao sequestro e actos de terror a fim de respeitar a Convenção de Genebra[11][12]. Cuba e Venezuela adoptam o termo “insurgentes” para as FARC[carece de fontes?].

As FARC foram criadas em 64 como aparato militar do Partido Comunista Colombiano. Enquanto originaram-se como um puro movimento de guerrilha, a organização já na década de 80 envolveu-se no tráfico ilícito de entorpecentes[13], o que provocou a separação formal do Partido Comunista e a formação de uma estrutura política chamada Partido Comunista Colombiano Clandestino[carece de fontes?].

As FARC-EP continuam a se definir como um movimento de guerrilha. Segundo estimativas do governo colombiano, as FARC possuem entre 6 000 a 8 000 membros, uma queda de mais da metade dos 16 000 em 2001[14] (aproximadamente 20 a 30% deles são recrutas com menos de 18 anos de idade[15]). Outras estimativas disponíveis avaliam em mais de 18 000 guerrilheiros, números que as próprias FARC reclamaram em 2007 numa entrevista com Raul Reyes[16].

As FARC-EP estão presentes em 15-20% do território colombiano, principalmente nas selvas do sudeste e nas planícies localizadas na base da Cordilheira dos Andes[17]. Segundo informações do Departamento de Estado dos Estados Unidos, as FARC controlam a maior parte do refino e distribuição de cocaína dentro da Colômbia, sendo responsável por boa parte do suprimento mundial de cocaína e pelo tráfico dessa droga para os Estados Unidos[18].
* 1 Origem das FARC
* 2 Visão geral
* 3 Estrutura
o 3.1 Estado-Maior Central
* 4 Relação com as drogas
* 5 Seqüestros
* 6 Soldados adolescentes
* 7 As FARC e o governo de Álvaro Uribe
* 8 Raúl Reyes
* 9 Iván Ríos
* 10 Operação Traíra
* 11 Ver também
* 12 Referências
* 13 Ligações externas

Origem das FARC

A Origem das FARC está ligada à intensa disputa entre setores conservadores e setores liberais que perpassou a primeira metade do século XX na Colômbia. Os liberais se aliaram com setores socialistas numa guerra civil contra os conservadores que durou 16 anos, de 1948 a 1964.[19]

Em 1964, temendo a radicalização da guerrilha camponesa, influenciada pela revolução cubana, os liberais se aliam aos Conservadores e apoiam o envio de tropas ao povoado de Marquetália.

Os camponeses rebelados, na fuga para as regiões montonhosas da Selva, constituem as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

Inicialmente a FARC era composta por ex-militantes liberais e militantes comunistas e passa a receber crescentemente a influência do Partido Comunista Colômbiano.

Visão geral

As FARC-EP, o maior grupo paramilitar na América do Sul, são dirigidas por um secretariado liderado desde março de 2008 por Alfonso Cano[20], e seis outros membros, incluindo o comandante militar Jorge Briceño, também conhecido por Mono Jojoy. A "face internacional" da organização era representada por um outro membro do secretariado, “Raúl Reyes”, morto durante o ataque do exército colombiano contra um campo das FARC no Equador em Março de 2008[21].

As FARC estão organizadas segundo as linhas militares e incluem diversas frentes urbanas ou células de milícia. A organização adicionou o “-EP” (Ejército del Pueblo) ao seu nome oficial durante a sua sétima conferência em 1982 como expressão da expectativa de evolução de uma guerra de guerrilha a uma acção militar convencional, esboçada nessa ocasião.

As FARC-EP proclamam-se uma organização marxista-leninista de inspiração bolivariana[22]. Elas afirmam defender o pobre agricultor na luta contra as classe favorecidas colombianas e se opõem à influência americana na Colômbia, particularmente o Plano Colômbia. Outros proeminentes interesses das FARC incluem a luta contra a privatização dos recursos naturais, as corporações multinacionais, e as forças paramilitares. As FARC-EP dizem que estes objectivos motivam os esforços do grupo a tomar o poder na Colômbia por uma revolução armada. Tais esforços são principalmente a extorsão, seqüestro, e participação no tráfico ilegal de drogas[13][23].
Manuel Marulanda

As FARC-EP afirmam estarem abertas a uma solução negociada do conflito via um diálogo com um governo flexível, que aceitasse certas condições como a desmilitarização de territórios e a liberação de todos os rebeldes prisioneiros (e extraditados) do movimento[24]. Simultaneamente, elas reclamam que sem estas condições respeitadas, a revolução armada irá continuar como forma necessária de implantar os objectivos políticos do grupo[carece de fontes?]. As FARC também afirmam continuar com a luta armada pois consideram o actual governo hostil[carece de fontes?].

Críticas nacionais e internacionais caracterizam as FARC-EP como terrorista. Críticos ao movimento dizem que os métodos da organização desacreditam seus objectivos primeiros e sua ideologia. As FARC frequentemente atacam civis não envolvidos no conflito[25], instalam minas antipessoais [26], recrutam crianças-soldados, mantém reféns para trocá-los contra ranções e por razões políticas, alguns com mais de 10 anos de cativeiro, e são responsáveis pelo deslocamento de milhares de civis atingidos pelo conflito[27]. O porta-voz das FARC Raul Reyes afirmou que elas sempre evitaram as casualidades civis, a não conscrição de civis e de soldados com menos de 15 anos, todavia ele reconhece que o uso de minas e morteiros são inerentemente perigosos à população civil[28].

As FARC utilizam crianças como soldados e como informantes. A Human Rights Watch estima que as FARC possuem a maioria das crianças-soldados na Colômbia, aproximadamente 20% a 30% dos guerrilheiros possuem menos de 18 anos[29]. Crianças que tentam escapar às fileiras podem ser punidas com tortura e morte por um pelotão de fuzilamento[30]. Quanto às mulheres membros, a Human Rights Watch constata que uma das razões pela qual elas integram a organização é a fim de escapar do abuso sexual. Mulheres guerrilheiras possuem as mesmas prerrogativas e chances de serem promovidas como os homens. Contudo, meninas na guerrilha ainda estão submissas às pressões sexuais. Mesmo que o violo e o molestamento sexual não seja tolerado, vários comandantes homens usam seu poder para ter relações sexuais com garotas de baixa idade. Meninas como de 12 anos são obrigadas a usar contraceptivos, e devem abortar caso fiquem grávidas"[30].

O Departamento de Estado dos Estados Unidos da América inclui as FARC-EP em sua Lista de Organizações Terroristas Estrangeiras, bem como a União Europeia. Ao todo, 31 países as classificam como grupo terrorista (Colômbia, Peru,[4] Estados Unidos,[4] Canadá[31] e a União Europeia[32]). Os governos de outros países latino-americanos como Equador[33], Bolívia, Brasil[34], Argentina[10] e Chile[10] não lhes aplicam esta classificação. O governo da Venezuela solicitou que lhes outorgue o status de força beligerante e não lhes considerem um grupo terrorista[35].

Presentes em 24 dos 32 departamentos da Colômbia[36] concentradas ao sul e leste do país, sobretudo nos departamentos e regiões do Putumayo, Huila, Nariño, Cauca e Valle del Cauca[37]. Foi reportada a existência de operações militares e acampamentos nos países que fazem fronteira com a Colômbia como a Venezuela[38][39], Equador[40], Panamá[41] e Brasil[41].

De acordo com um estudo do governo e do exército colombiano[42] esta organização obtém do narcotráfico mais de um bilhão de dólares (78% de seu orçamento )[43]. Segundo estas mesmas fontes, a extorsão (através de vacinas) se traduz numa importante receita, enquanto que o roubo de gado é a terceira maior fonte de financiamento.
http://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7as_Armadas_Revolucion%C3%A1rias_da_Col%C3%B4mbia

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