As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia–Exército do Povo (em castelhano Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia–Ejército del Pueblo), também conhecidas pelo acrônimo FARC ou FARC-EP, é uma organização de inspiração comunista, autoproclamada guerrilha revolucionária marxista-leninista, que opera mediante uso de métodos terroristas e de táticas de guerrilha. Lutam pela implantação do socialismo na Colômbia[1]. Apesar de não ser membro do Foro de São Paulo, que congrega partidos de esquerda da América Latina, as FARC já estiveram presentes em suas reuniões [2][3].
As FARC são consideradas uma organização terrorista pelo proprio governo da Colômbia, pelo governo dos Estados Unidos[4], Canadá[5] e pela União Européia[6][7]. As principais organizações internacionais como a ONU e os governos de outros países latino-americanos, como Equador[8], Bolívia, Brasil[9], Argentina[10] e Chile[10] não lhes aplicam esta classificação. O presidente Hugo Chávez rejeitou publicamente esta classificação em Janeiro de 2008 e apelou à Colômbia como outros governos a um reconhecimento diplomático das guerrilhas enquanto “força beligerante”, argumentando que elas estariam assim obrigadas a renunciar ao sequestro e actos de terror a fim de respeitar a Convenção de Genebra[11][12]. Cuba e Venezuela adoptam o termo “insurgentes” para as FARC[carece de fontes?].
As FARC foram criadas em 64 como aparato militar do Partido Comunista Colombiano. Enquanto originaram-se como um puro movimento de guerrilha, a organização já na década de 80 envolveu-se no tráfico ilícito de entorpecentes[13], o que provocou a separação formal do Partido Comunista e a formação de uma estrutura política chamada Partido Comunista Colombiano Clandestino[carece de fontes?].
As FARC-EP continuam a se definir como um movimento de guerrilha. Segundo estimativas do governo colombiano, as FARC possuem entre 6 000 a 8 000 membros, uma queda de mais da metade dos 16 000 em 2001[14] (aproximadamente 20 a 30% deles são recrutas com menos de 18 anos de idade[15]). Outras estimativas disponíveis avaliam em mais de 18 000 guerrilheiros, números que as próprias FARC reclamaram em 2007 numa entrevista com Raul Reyes[16].
As FARC-EP estão presentes em 15-20% do território colombiano, principalmente nas selvas do sudeste e nas planícies localizadas na base da Cordilheira dos Andes[17]. Segundo informações do Departamento de Estado dos Estados Unidos, as FARC controlam a maior parte do refino e distribuição de cocaína dentro da Colômbia, sendo responsável por boa parte do suprimento mundial de cocaína e pelo tráfico dessa droga para os Estados Unidos[18].
* 1 Origem das FARC
* 2 Visão geral
* 3 Estrutura
o 3.1 Estado-Maior Central
* 4 Relação com as drogas
* 5 Seqüestros
* 6 Soldados adolescentes
* 7 As FARC e o governo de Álvaro Uribe
* 8 Raúl Reyes
* 9 Iván Ríos
* 10 Operação Traíra
* 11 Ver também
* 12 Referências
* 13 Ligações externas
Origem das FARC
A Origem das FARC está ligada à intensa disputa entre setores conservadores e setores liberais que perpassou a primeira metade do século XX na Colômbia. Os liberais se aliaram com setores socialistas numa guerra civil contra os conservadores que durou 16 anos, de 1948 a 1964.[19]
Em 1964, temendo a radicalização da guerrilha camponesa, influenciada pela revolução cubana, os liberais se aliam aos Conservadores e apoiam o envio de tropas ao povoado de Marquetália.
Os camponeses rebelados, na fuga para as regiões montonhosas da Selva, constituem as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Inicialmente a FARC era composta por ex-militantes liberais e militantes comunistas e passa a receber crescentemente a influência do Partido Comunista Colômbiano.
Visão geral
As FARC-EP, o maior grupo paramilitar na América do Sul, são dirigidas por um secretariado liderado desde março de 2008 por Alfonso Cano[20], e seis outros membros, incluindo o comandante militar Jorge Briceño, também conhecido por Mono Jojoy. A "face internacional" da organização era representada por um outro membro do secretariado, “Raúl Reyes”, morto durante o ataque do exército colombiano contra um campo das FARC no Equador em Março de 2008[21].
As FARC estão organizadas segundo as linhas militares e incluem diversas frentes urbanas ou células de milícia. A organização adicionou o “-EP” (Ejército del Pueblo) ao seu nome oficial durante a sua sétima conferência em 1982 como expressão da expectativa de evolução de uma guerra de guerrilha a uma acção militar convencional, esboçada nessa ocasião.
As FARC-EP proclamam-se uma organização marxista-leninista de inspiração bolivariana[22]. Elas afirmam defender o pobre agricultor na luta contra as classe favorecidas colombianas e se opõem à influência americana na Colômbia, particularmente o Plano Colômbia. Outros proeminentes interesses das FARC incluem a luta contra a privatização dos recursos naturais, as corporações multinacionais, e as forças paramilitares. As FARC-EP dizem que estes objectivos motivam os esforços do grupo a tomar o poder na Colômbia por uma revolução armada. Tais esforços são principalmente a extorsão, seqüestro, e participação no tráfico ilegal de drogas[13][23].
Manuel Marulanda
As FARC-EP afirmam estarem abertas a uma solução negociada do conflito via um diálogo com um governo flexível, que aceitasse certas condições como a desmilitarização de territórios e a liberação de todos os rebeldes prisioneiros (e extraditados) do movimento[24]. Simultaneamente, elas reclamam que sem estas condições respeitadas, a revolução armada irá continuar como forma necessária de implantar os objectivos políticos do grupo[carece de fontes?]. As FARC também afirmam continuar com a luta armada pois consideram o actual governo hostil[carece de fontes?].
Críticas nacionais e internacionais caracterizam as FARC-EP como terrorista. Críticos ao movimento dizem que os métodos da organização desacreditam seus objectivos primeiros e sua ideologia. As FARC frequentemente atacam civis não envolvidos no conflito[25], instalam minas antipessoais [26], recrutam crianças-soldados, mantém reféns para trocá-los contra ranções e por razões políticas, alguns com mais de 10 anos de cativeiro, e são responsáveis pelo deslocamento de milhares de civis atingidos pelo conflito[27]. O porta-voz das FARC Raul Reyes afirmou que elas sempre evitaram as casualidades civis, a não conscrição de civis e de soldados com menos de 15 anos, todavia ele reconhece que o uso de minas e morteiros são inerentemente perigosos à população civil[28].
As FARC utilizam crianças como soldados e como informantes. A Human Rights Watch estima que as FARC possuem a maioria das crianças-soldados na Colômbia, aproximadamente 20% a 30% dos guerrilheiros possuem menos de 18 anos[29]. Crianças que tentam escapar às fileiras podem ser punidas com tortura e morte por um pelotão de fuzilamento[30]. Quanto às mulheres membros, a Human Rights Watch constata que uma das razões pela qual elas integram a organização é a fim de escapar do abuso sexual. Mulheres guerrilheiras possuem as mesmas prerrogativas e chances de serem promovidas como os homens. Contudo, meninas na guerrilha ainda estão submissas às pressões sexuais. Mesmo que o violo e o molestamento sexual não seja tolerado, vários comandantes homens usam seu poder para ter relações sexuais com garotas de baixa idade. Meninas como de 12 anos são obrigadas a usar contraceptivos, e devem abortar caso fiquem grávidas"[30].
O Departamento de Estado dos Estados Unidos da América inclui as FARC-EP em sua Lista de Organizações Terroristas Estrangeiras, bem como a União Europeia. Ao todo, 31 países as classificam como grupo terrorista (Colômbia, Peru,[4] Estados Unidos,[4] Canadá[31] e a União Europeia[32]). Os governos de outros países latino-americanos como Equador[33], Bolívia, Brasil[34], Argentina[10] e Chile[10] não lhes aplicam esta classificação. O governo da Venezuela solicitou que lhes outorgue o status de força beligerante e não lhes considerem um grupo terrorista[35].
Presentes em 24 dos 32 departamentos da Colômbia[36] concentradas ao sul e leste do país, sobretudo nos departamentos e regiões do Putumayo, Huila, Nariño, Cauca e Valle del Cauca[37]. Foi reportada a existência de operações militares e acampamentos nos países que fazem fronteira com a Colômbia como a Venezuela[38][39], Equador[40], Panamá[41] e Brasil[41].
De acordo com um estudo do governo e do exército colombiano[42] esta organização obtém do narcotráfico mais de um bilhão de dólares (78% de seu orçamento )[43]. Segundo estas mesmas fontes, a extorsão (através de vacinas) se traduz numa importante receita, enquanto que o roubo de gado é a terceira maior fonte de financiamento.
http://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7as_Armadas_Revolucion%C3%A1rias_da_Col%C3%B4mbia
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