domingo, 24 de outubro de 2010

O custo da guerra privatizada

Início > Conflitos, Negócios e serviços, Segurança Pública, Sistemas de Armas, Terrorismo > Editorial: O custo da guerra privatizada

Editorial: O custo da guerra privatizada

Ricardo Urbina, um juiz federal de Washington, ofereceu mais um argumento convincente contra a terceirização da guerra a mercenários do setor privado.
 Ao rejeitar acusações contra agentes da companhia Blackwater que mataram 17 iraquianos na praça Nisour, em Bagdá, em setembro de 2007, Urbina ressaltou a incapacidade do governo de fazer com que os mercenários sejam responsabilizados por seus crimes.
Urbina determinou corretamente que o governo violou a proteção aos agentes da Blackwater contra autoincriminação. Ele rejeitou uma acusação inepta que se baseava em declarações feitas pelos agentes a funcionários do Departamento de Estado, que contratou a companhia de segurança da Carolina do Norte para proteger comboios e pessoal no Iraque. Isso, segundo ele, seria uma “violação irresponsável dos direitos constitucionais dos acusados“.
Durante a campanha presidencial, Barack Obama e Hillary Clinton competiram sobre quem tomaria medidas mais rígidas contra os mercenários. Está claro que a única maneira de Obama manter sua palavra é se livrar dos milhares de mercenários contratados no Iraque, Afeganistão e em outros lugares.
As mortes na praça Nisour não foram os primeiros crimes das armas de aluguel no Iraque, ou seu último. O exército afirmou que funcionários de empresas como a CACI International estiveram envolvidos em mais de um terço dos incidentes de abuso comprovados na prisão de Abu Ghraib em 2003 e 2004. Guardas da Blackwater – que mudou de nome para Xe Services – e de outras empresas de segurança, como a Triple Canopy, estiveram envolvidos em outros tiroteios fatais.
No dia 7 de janeiro dois ex-guardas da Blackwater foram presos e acusados por duas mortes advindas de um tiroteio que aconteceu em maio no Afeganistão.
Ainda assim, o governo não tem conseguido responsabilizar os mercenários. Quando sua ocupação formal do Iraque acabou, em 2004, a gestão Bush exigiu que Bagdá concedesse imunidade legal aos seguranças privados.
O congresso tentou cobrir tais crimes com leis americanas. O Ato Militar de Jurisdição Extraterritorial estende leis civis a mercenários que apoiam operações militares no exterior e o Código Uniforme de Justiça Militar foi ampliado em 2006 para cobri-los.
Mas o governo não processou com sucesso nenhum caso pelas mortes cometidas por mercenários. Uma ação iraquiana contra empresas contratadas pelos militares americanos, movida por iraquianos vítimas de tortura em Abu Ghraib, foi rejeitada por um tribunal de apelação federal que afirmou que as companhias têm imunidade como parceiras do governo.
Furioso que o caso da praça Nisour foi rejeitado, o governo iraquiano afirmou que poderá entrar com ações civis nos Estados Unidos e Iraque contra a Xe. Mas suas chances de sucesso não são consideradas promissoras. As famílias de muitas das vítimas do ataque aceitaram um acordo da Xe na semana passada, temendo que uma ação civil pudesse não levar a nada.
Há muitas razões para se opor à privatização da guerra. O uso de mercenários permite que o governo trabalhe fora do radar do escrutínio público. E contratantes despreocupados podem ter propósitos diferentes daqueles das forças armadas. Os guardas não supervisionados da Blackwater arruinaram o esforço de se ganhar o apoio iraquiano.
Mas mais fundamental é que o governo não pode – ou não quer – manter o controle legal de seus mercenários. Uma nação de leis não pode ir à guerra dessa maneira.

Fonte: NY Times, via Último Segundo


Os mercenários de Bush no Iraque

Os mercenários de Bush no Iraque
 
Altamiro Borges-



  Mercenário da Blackwater; clic para aumentar
Além da contratação de treinamento de mercenários, a Blackwater também vende equipamentos bélicos para os EUA e ajuda na “reconstrução” do Iraque, prestando serviços para corporações como a Lockheed, General Dynamics e a famosa Halliburton – empresa de petróleo e armamentos vinculada ao vice-presidente Dick Cheyne.
 
O jornal Folha de S.Paulo publicou neste domingo uma aterrorizante reportagem do seu correspondente em Washington, Sérgio Dávila, sobre os mercenários dos EUA que atuam na carnificina do Iraque. “Há hoje entre 100 mil e 130 mil ‘soldados privados’, termo preferido pelas companhias que os empregam, em ação na guerra, a maioria em atividades ligadas à segurança e à defesa. O total é quase o equivalente aos 145 mil soldados norte-americanos atualmente no país. Estima-se que US$ 0,40 de cada dólar destinado ao Iraque pelo contribuinte americano pare nas mãos de uma empresa de segurança privada”, relata. A criminosa atuação destes grupos para-militares só ganhou destaque na mídia em decorrência da vitória do Partido Democrata nas eleições legislativas do final de 2006. Desde o início deste ano, a Câmara dos Representantes, agora sob o controle da oposição, investiga a sinistra atividade das empresas de segurança privada. “Nas audiências, um dos nomes mais ouvidos é o da companhia Blackwater. Desconhecida do grande público até 2004, a companhia criada pelo ex-militar e religioso conservador Erik Prince surgiu no noticiário ao ter quatro contratados carbonizados por insurgentes em Fallujah, em março daquele ano”.

Vínculos com a família Bush
Numa convenção militar na Califórnia, em 2006, Erik Prince se jactou pelos serviços prestados por sua empresa, batizando-a de “Fedex dos Exércitos”. “Quando você tem presa, não usa o correio normal, mas o Fedex. Nossa meta é ser o equivalente para o aparato de segurança nacional”. A companhia tem sólidos vínculos com a família Bush. Segundo o Wall Street Journal, foi uma das maiores doadoras da campanha presidencial de George W. Bus e atualmente tem perto de US$ 800 milhões em contratos com o governo. Outra empresa de segurança, a USIS, subsidiária da Carlyle Group, já teve Bush-pai na sua diretoria.
Segundo Sérgio Dávila, estes assassinos profissionais agem totalmente sem regras. “Diferentemente dos soldados, que respondem ao código de conduta do Pentágono, os ‘privados’ se encontram numa zona juridicamente cinzenta. Até 2007, eram regulados pela Ordem 17, assinada por Paul Bremer em junho de 2004, uma semana antes de deixar o comando provisório do Iraque. Pela disposição, nunca revogada, ‘os privados devem ser imunes ao processo legal iraquiano em relação às ações realizadas por eles enquanto a serviço de empresas’... Com quatro anos de guerra, só dois mercenários em ação no Iraque foram levados à Justiça dos EUA, um condenado por matar um civil e outro por ter pornografia infantil no computador”.

A “terceirização” da violência
O inusitado destaque da mídia hegemônica mundial e nacional para a ação criminosa das firmas privadas de segurança só confirma o desastre da invasão imperialista no Iraque – já comparado ao fiasco no Vietnã – e o desgaste do presidente-terrorista George W. Bush. Há muito que jornalistas independentes e meios alternativos de comunicação já denunciavam a “terceirização da violência”, envolvendo uma “indústria da morte” que movimenta mais de US$ 100 bilhões. No excelente “dossiê dos mercenários”, publicado pelo jornal Le Monde Diplomatique de novembro de 2004, o jornalista Philippe Leymarie deu detalhes da ação desta “nova geração de cães de guerra”, numa alusão do título do bestseller de Frederick Forsyth.
Após citar o escândalo do envolvimento de Mark Thatcher, filho da ex-dama de ferro da Inglaterra, com um grupo mercenário no Zimbábue, em março de 2004, a reportagem concluía que estes bandos estavam mais ativos do que nunca. No passado, foram “manipulados por serviços de inteligência e multinacionais” e ficaram conhecidos pela “imagem de selvageria e rapina”. Já hoje, eles são mais profissionais e servem diretamente às ambições imperialistas. “Passou-se de um mercenarismo ‘romântico’, com predominância ideológica, para um mercenarismo empresarial, com motivação financeira, que oferece amplo leque de ‘serviços’, desde o aconselhamento até a vigilância de minas e de poços de petróleo e ações de guerra”.

“Cães de guerra corporativos”
Outra reportagem elucidativa sobre a ação destas “empresas de segurança” foi publicada na revista Carta Capital, em julho de 2003. Assinada por Walter Fanganiello e intitulada “os cães de guerra corporativos”, ela denunciava que “essas multinacionais contam nos seus quadros com generais reformados, plenos de experiências adquiridas em diversos campos de batalha e carregados de medalhas por bravura. Essas sociedades comerciais são chamadas de Private Military Companies (PMC). Não fossem as formalidades e as cláusulas dos contratos sociais de constituição – que as colocam na legalidade como pessoas jurídicas –, elas poderiam ser confundidas e passar por associações hierarquizadas de mercenários”.
“As PMC são muito requisitadas pelos grupos econômicos que exploram, pelo Terceiro Mundo, rendosas atividades extrativas. Os mencionados grupos sentem a necessidade de proteger a posse de áreas e os seus prepostos”. Entre outros casos de empresas de violentos mercenários, o autor cita a Military Professional Resources Inc (MPRI), que treinou e monitorou os bandos armados de separatistas da ex-Iugoslávia e que atua até hoje no combate à guerrilha na Colômbia. No final, o jornalista ainda alerta: “Muitas dessas PMC ambicionam prestar serviços nos morros do Rio de Janeiro, na Tríplice Fronteira e na região amazônica”.

“Máquina de destruição e morte”
Por último, vale citar a recente reportagem de Juan Carlos Guerrero, da agência Prensa Latina, que trata especificamente da ação destas gangues no Iraque. Com base em dados do próprio governo fantoche deste país, ele informa que já existem 236 companhias de segurança privada, estrangeiras e iraquianas, atuando nesta devastada nação. “Destas, cerca de 200 são consideradas ilegais, por carecerem de registro e terem ‘funções’ desconhecidas. A maioria está implicada em ações terroristas que são colocadas na conta da resistência iraquiana”. Os mercenários são contratados em várias partes do mundo – inclusive no Brasil.
“Não importa sua origem; são mais de 100 mil homens bem adestrados no ofício de matar por dinheiro... Suas obrigações laborais estão focadas na seguridade pessoal de políticos iraquianos e estadunidenses e de homens de negocio e na segurança de instalações petroleiras e militares. Muitos destes serviços, de que pouco se fala, estão ligados à construção de bases, interrogatórios e combates diretos. Eles são acusados de intervir em operações secretas dos organismos de inteligência dos EUA e em outros trabalhos sujos destinados a promover o terror, o medo, as diferenças religiosas e, inclusive, a organização de esquadrões da morte para semear o caos... São elementos especializados nas tenebrosas artes da subversão”.

“Um negócio vantajoso”
O uso destes “serviços” cresceu a partir das dificuldades encontradas pelos militares dos EUA no Iraque. O número de mercenários quadruplicou em quatro anos, pulando de 48 mil ‘soldados privados’, em 2003, para mais de 100 mil nos dias atuais, segundo dados da própria Oficina Geral de Contabilidade (GAO). A utilização destes grupos serve ainda para reduzir as estatísticas oficiais de baixas desde a invasão do país em março de 2003. O Departamento do Trabalho dos EUA estima que mais de 650 “funcionários” foram mortos pela resistência iraquiana. “Para o Exército e o governo dos EUA o negócio é muito vantajoso. Os mercenários são simples assalariados em busca de fortuna, quando morrem não engrossam a lista oficial de baixas na guerra, não estão envoltos em discussões legais e nem são alvo da pressão pública”.
Guerrero também destaca a ação da Blackwater, “empresa especializada em contraterrorismo e combates urbanos, uma das maiores em operação no Iraque. Ela tem um exercito multinacional de 3 mil membros e é considerada a maior base militar privada no mundo, com campos de treinamento sofisticados, dezenas de aviões e vínculos estreitos com as altas esferas do Pentágono e da Casa Branca”. Além da contratação de treinamento de mercenários, a Blackwater também vende equipamentos bélicos para os EUA e ajuda na “reconstrução” do Iraque, prestando serviços para corporações como a Lockheed, General Dynamics e a famosa Halliburton – empresa de petróleo e armamentos vinculada ao vice-presidente Dick Cheyne.
Todas estas “empresas privadas” são teleguiadas pela sinistra agência de inteligência dos EUA. Em 2005, oficiais da CIA revelaram ao Washington Post que 50% do orçamento da agência, quase US$ 20 bilhões, foram destinados para pagar os ‘contratistas’. A própria CIA estima que as despesas com estes serviços dobrem até 2010. Estes recursos, provenientes dos tributos dos estadunidenses, são usados para financiar “uma máquina de destruição e morte”. Guerrero encerra seu excelente artigo lembrando que, “embora o fenômeno do mercenarismo não seja novo, ele cresceu com a chegada de Bush a Casa Branca”.

Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “Venezuela: originalidade e ousadia” (Editora Anita Garibaldi, 3ª edição).

Com saída de tropas, EUA dobram terceirização no Iraque

Guerra

Com saída de tropas, EUA dobram terceirização no Iraque

Número de seguranças empregados pelo governo deve chegar a 7.000

EUA confirmaram a saída de sua última tropa do Iraque EUA confirmaram a saída de sua última tropa do Iraque (AFP)
Com a redução da presença militar dos EUA no Iraque, o Departamento de Estado pretende dobrar os seguranças terceirizados na vigilância de atividades civis, disseram autoridades americanas nesta quinta-feira. O porta-voz do Departamento do Estado, P.J. Crowley, revelou que o número desses profissionais deve chegar a cerca de 7.000.
Desde a invasão de 2003, os EUA recorrem à essa mão de obra, muitas vezes acusada de agir como se estivesse acima da lei. Segundo Crowley, a medida visa preencher a lacuna aberta pela retirada das tropas de combate. Os 50.000 soldados que permanecem no país (no auge, eles eram 176.000) estarão dedicados exclusivamente para treinamento de forças iraquianas.
"Ainda temos nossas próprias necessidades para garantir que nossos diplomatas e especialistas em desenvolvimento estejam bem protegidos," disse Crowley em entrevista coletiva. "Temos planos muito específicos para aumentar nossa segurança conforme os militares forem partindo. Isso será caro, não é uma proposta barata," afirmou ele, ressaltando que ainda assim a operação custará aos contribuintes menos do que a mobilização militar.

Imunidade - Os policiais privados são alvo de ressentimentos no Iraque, especialmente depois que a Justiça dos EUA absolveu agentes da empresa Blackwater Worlwide acusados de matarem 14 civis em Bagdá em 2007. Essa imunidade penal foi suspensa no ano passado, sob um acordo que devolveu soberania ao Iraque.
Uma fonte oficial dos EUA admitiu que esses funcionários já causaram problemas, mas que o governo Obama acredita que a "curta duração da exigência de segurança" minimizará o desgaste. "Já tivemos questões trágicas envolvendo terceirizados no passado. Trabalhamos essa questão muito de perto com o governo iraquiano. Houve mudanças nos últimos anos para melhorar a supervisão e a responsabilidade desses agentes no Iraque," disse a fonte.

O Departamento de Estado atualmente concentra os esforços no desenvolvimento do Iraque. O órgão pediu 2 a 3 bilhões de dólares por ano para atividades como instalação de consulados e treinamento de policiais. Também no Afeganistão há queixas contra as empresas de segurança. Nesta semana. o governo de Cabul deu quatro meses para que elas sejam dissolvidas.
Fonte:
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/com-saida-de-tropas-eua-dobram-terceirizacao-no-iraque





(Com agência Reuters)

EUA planejam dobrar terceirizados de segurança no Iraque...

9/08/2010 - 19h03

EUA planejam dobrar terceirizados de segurança no Iraque após retirada militar

Publicidade
DE SÃO PAULO
DA REUTERS
Atualizado às 19h19.
O Departamento de Estado americano planeja dobrar o número de funcionários terceirizados de segurança para garantir a integridade de sua equipe civil no Iraque após a retirada das tropas, disseram autoridades nesta quinta-feira.
Os 1.800 soldados da última brigada de combate dos Estados Unidos deixaram o Iraque com destino ao Kuait na noite desta quinta-feira, em um momento que Washington declarou ser histórico. Oficiais americanos afirmam que restam agora 56 mil tropas, número que deve ser reduzido a 50 mil militares até o prazo de 31 de agosto.
EUA confirmam saída da última brigada de combate do Iraque
Forças locais estão prontas para assumir segurança após saída dos EUA, diz Iraque
Vice-premiê britânico volta a criticar guerra do Iraque
Última brigada de combate dos EUA deixa o Iraque; veja vídeo

Thaier al-Sudani/Reuters
Soldados ajudam a última brigada de combate a embarcar suas malas antes de deixar o Iraque para o Kuait
Soldados ajudam a última brigada de combate a embarcar suas malas antes de deixar o Iraque para o Kuait
Essa retirada deixa um vácuo de segurança, que deverá ser preenchido por funcionários terceirizados, disse o porta-voz do Departamento de Estado, P.J. Crowley.
Segundo Crowley, o plano é chegar a um total de 7.000 funcionários de segurança empregados pelo governo do Iraque. Desde a invasão liderada pelos EUA em 2003, empresas privadas de segurança têm sido frequentemente acusadas de agirem acima da lei.
"Nós ainda teremos nossas próprias necessidades de segurança para garantir que nossos diplomatas e especialistas em desenvolvimento estejam bem protegidos", disse Crowley em entrevista coletiva.
"Temos planos muito específicos para aumentar nossa segurança... conforme os soldados partem. Isso será caro. Não é uma proposta barata", disse ele, defendendo que os custos públicos, no entanto, serão muito menores do que o gasto com o envio de soldados.
Os EUA está entregando a maioria do trabalho futuro de desenvolvimento no Iraque ao Departamento de Estado, que pediu entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões anuais para ajudar a financiar desde de novos consulados ao treinamento da polícia iraquiana.
TERCEIRIZADOS
O emprego de terceirizados tem causado irritação no Iraque, particularmente após uma corte americana ter retirado acusações contra guardas da empresa Blackwater Worldwide, acusados de matar 14 civis iraquianos em Bagdá em 2007.
Os terceirizados eram imunes a processos judiciais, mas a proteção foi derrubada no ano passado, após um pacto entre EUA e Iraque devolver a Bagdá a soberania do país.
Os funcionários de segurança também causaram ultraje no Afeganistão, onde o presidente Hamid Karzai baixou um decreto esta semana ordenando que as empresas particulares de segurança se desfaça dentro de quatro meses, como parte de um ambicioso plano para o governo assumir toda a segurança do país a partir de 2014.
Uma alta autoridade americana reconheceu que funcionários terceirizados causaram problemas no Iraque no passado, mas disse que o governo está confiante de que isso pode ser evitado para "uma necessidade de segurança de curta duração".
"Tivemos situações trágicas envolvendo contratados no passado. Trabalhamos essa questão junto com o governo iraquiano. Houve mudanças nos últimos dois anos para melhorar a supervisão e responsabilidade dos terceirizados no Iraque", disse a autoridade.
O aumento do número de terceirizados no Iraque acontece apesar da expectativa pessoal da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, de reduzir a dependência do governo a empresas terceirizadas em uma boa parte das operações de segurança e desenvolvimento no exterior.
Crowley disse que a decisão foi vista como a mais prática no Iraque, dando ao governo a flexibilidade para aumentar a segurança agora e, depois, recuar se, como as autoridades esperam, a situação geral de segurança melhorar.

As Últimas que Você não Leu
  1. General iraniano acusa EUA de ser maior violador mundial de direitos humanos
  2. Grã-Bretanha deve investigar Google sobre violação de privacidade
  3. Processos de aposentados argentinos estão a ponto de fazer tribunal ruir
  4. Protestos deixam Paris e oeste da França com pouco combustível
  5. Coliseu tem nova ala aberta para visitantes
  6. Irã impõe novas restrições às universidades e mira estudos femininos e direitos humanos
  7. Favorito ao Senado pela Flórida é chamado de extremista
  8. Nepalês que chegou 19 vezes ao cume do Everest some após avalanche
  9. Novos tremores atingem norte, centro e sul do Chile sem causar danos
  10. Israel rejeita críticas do sínodo e denuncia ataques políticos; palestinos elogiam


Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/785812-eua-planejam-dobrar-terceirizados-de-seguranca-no-iraque-apos-retirada-militar.shtml

Crimes de guerra: escravas sexuais no Iraque e no Afeganistão

Internacional| 20/07/2010 | Copyleft
Envie para um amigo Versão para Impressão

Crimes de guerra: escravas sexuais no Iraque e no Afeganistão

Uma menina iraquiana de 12 anos é obrigada a se prostituir nos subsolos de Bagdá, enquanto os guardas privados norte-americanos fazem uma coleta de poucos dólares e fazem fila. As moças são recrutadas no Leste Europeu com a promessa de um trabalho como doméstica em Dubai e depois dali são desviadas e segregadas ao coração do Iraque. As garçonetes dos restaurantes chineses de Kabul, por trás das luzes vermelhas, escondem o segredo que todos conhecem. O artigo é de Angelo Aquaro, do jornal La Repubblica.

Angela Aquaro - La Repubblica (IHU On-line)

Matéria publicada em português no IHU On-line


O último horror das "guerras gêmeas" que Barack Obama herdou de George W. Bush tem o rosto das mulheres exploradas em nome daquele outro ídolo que divide o altar com o dinheiro: o sexo. Mas oito anos depois do início da guerra contra o terror, o balanço dessa batalha é ainda mais magro: zero a zero. As ordens do presidente eram retumbantes como as proclamações da vitória que não chegava.

É severamente proibido que os contratantes ou funcionários do governo se tornem responsáveis pelo tráfico sexual nas zonas de guerra. Qualquer um que se torne responsável pelo tráfico sexual será suspenso do cargo. Quem for surpreendido em tráfico sexual será denunciado às autoridades. Os resultados? "Não há nenhum processo aberto", diz a ex-detetive do Human Rights Watch, Martina Venderberg. "Enfim, não há vontade de fazer com que se respeite a lei".

A vergonha foi descoberta por uma investigação do Center for Public Integrity, publicada neste domingo pelo Washington Post. E os contratantes da ex-Blackwater acabaram sob acusação: o grupo privado já tristemente famoso pelos massacres de civis no Iraque. A empresa goza de uma fama tão ruim que, para voltar a trabalhar hoje, mudou de marca e se chama Xe Service.

Um ex-guarda conta que não quer revelar o nome por medo de represálias: "Eu mesmo vi guardas mais velhos recolherem dinheiro, enquanto moças iraquianas, dentre as quais meninas de 12 e 13 anos, se prostituíam". O guarda diz também que denunciou tudo ao seu superior, mas que "nenhum procedimento foi tomado: me entristece só de falar nisso".

De fato, quem não se entristece é a porta-voz da ex-Blackwater, Stacy De Luke, que, no Washington Post, nega "com força essas acusações anônimas e sem provas: a política da empresa proíbe o tráfico humano". Claro.

O caso das trabalhadores do leste que pensam em voar para Dubai e acabam no Iraque foi descoberto por uma jornalista freelancer. Aqui, a organização era muito mais acurada. Um verdadeiro tráfico organizado por subcontratantes que trabalham para o Exército e para o Exchange Service da Aeronáutica: nome que deveria indicar o escritório que se ocupa de organizar o serviço de restaurantes, mas que evidentemente também se ocupa de outras coisas. Assim que aterrizam, as pobrezinhas são privadas do passaporte. Há também um preço para o resgate: 1.100 dólares. Uma quantia enorme, visto que se prostituem por poucos dólares.

A fábrica do sexo é ainda mais sólida no Afeganistão. Lá, há quatro anos, uma centena de chinesas foram libertadas em uma série de blitzes que, ao invés do Talibã, atingiram os bordéis. Mas o tráfico continuou. Com a "aquisição" de uma mulher por 20 mil dólares, um empresário do ArmorGroup, a empresa que, até pouco tempo atrás, se ocupava da segurança da embaixada norte-americana em Kabul, se orgulhava de poder organizar um tráfico rentável. A investigação que iniciou rapidamente chegou ao altos níveis do FBI. Mas parou por aqui.

Os federais defendem que não tiveram meios suficientes. Nas zonas de guerra, enfileiraram-se cerca de 40 agentes, mas eles já têm muito a fazer ao se ocupar de fraudes e corrupção. Mas os ativistas dos direitos humanos têm uma outra explicação: a verdade é que as autoridades preferem fechar um olho. Diz Christopher H. Smith, deputado e autor de uma lei antitráfico, para a crônica republicana: como é possível tolerar que essa gente possa explorar as mulheres com o dinheiro que nós pagamos? Eis uma outra herança da qual Obama deverá se ocupar.


Fonte:
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16811

As provas dos crimes de guerra "contra o terrorismo internacional"

05/08/2010 - 12:08

As provas dos crimes de guerra "contra o terrorismo internacional"


Soldado raso escancara segredos do Pentágono

Cabul - Massacres de crianças e civis desarmados, "esquadrões de morte", malversação dos milhões de dólares destinados à ajuda da população afegã, "facadas pelas costas" (traições) pelos serviços secretos do Paquistão - que com os recursos enviados pelos EUA ajudam o Talibã - constituem parte das revelações dos dossiês secretos do Exército norte-americano que conseguiu o site Wiki Leaks e os enviou aos jornais The New york Times (EUA) e The Guardian (Grã-Bretanha) e à revista Der Spiegel (Alemanha), liberando a publicação dos dossiês com a condição de ser simultânea.

Os dossiês descrevem, com minúcias, 144 ocorrências, em consequências das quais morreram pelo menos 195 civis desarmados e 174 ficaram feridos, todos por ataques de forças dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aqui, no Afeganistão.

Certas mortes foram resultado de ataques aéreos, enquanto em outras motoristas ou motociclístas civis foram alvejados por soldados dos EUA-Otan com a justificativa de que desconfiaram tratar-se de ataques suicidas.

Em 2008, forças francesas - reprisando o terror francês na Argélia - abriram fogo contra um ônibus escolar lotado de crianças, ferindo várias delas, enquanto, em semelhante "operação" realizada por soldados norte-americanos, 25 passageiros de um ônibus foram mortos ou ficaram feridos.

Outro dossiê fornece informações sobre o denominado "fiasco do orfanato". Em novembro de 2006, com recursos do Fundo para a Reconstrução do Afeganistão, foi inaugurado, após ter sido plenamente equipado - inclusive com roupas, alimentos e brinquedos - o orfanato da cidade de Gandez.

Mas, algumas semanas mais tarde, todos os equipamentos, móveis, roupa, alimentos e brinquedos desapareceram e o orfanato ficou totalmente vazio, sem sequer hospedar uma única das 102 crianças que supostamente haviam encontrado teto ali.



Inimigo aliado



Um relatório do Exército dos EUA, com a classificação de "secreto", com data 14 de janeiro do ano passado, relata que oficiais de alta patente dos serviços secretos do Paquistão - que se declara aliado fiel dos EUA na "guerra contra o terrorismo internacional" - colaboravam com o Talebã e com a Al Qaeda, contra as forças dos EUA-Otan no Afeganistão.

De acordo com o relatório, a colaboração com o Talebã e com a Al Qaeda contaminou os mais altos escalões governamentais do Paquistão, inclusive o ex-chefe do serviço secreto paquistanês, Hamid Ghiul.

Tentando apagar o incêndio em consequência da revelação do material secreto, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que "destes dossiês não surgem novas informações sobre temas que não tenham sido já discutidos publicamente".

E, em seguida, julgando não ter sido bem convincente, acrescentou: "Os dossiês revelados referem-se aos mesmos desafios que me levaram a fazer uma revisão geral de nossa política sobre o Afeganistão, em outono passado".

E, ato contínuo, sentenciou: "Por sete anos - destacou, referindo-se ao governo de Busj Jr. - fracassamos em nossa tentativas para materializar uma estratégia suficiente".



Georges Pezmatzoglu

Correspondente.



Quem é o soldado Bradley Manning, que será julgado por corte marcial

Cabul - Ao que tudo indica, um soldado norte-americano de 22 anos, Bradley Manning, é o responsável secreto pelo maior vazamento de segredos militares na história do Pentágono dos EUA. É aquele que baixou em seu computador os 92 mil arquivos secretos do Exército dos EUA sobre a guerra EUA-Otan "contra o terrorismo internacional" e os entregou aos responsáveis pelo site de revelações Wiki Leaks.

"Esta é a verdade sobre os crimes de guerra no Afeganistão", declarou o fundador do site e ativista de 39 anos, Julian Assange, que, obviamente, divulgou todos os 92 mil documentos.

O soldado Manning foi preso em maio deste ano no Iraque, onde prestava serviço no Exército norte-americano como analista de dados, e desde então encontra-se encarcerado em prisão militar dos EUA no Kuwait, enquanto aguarda ser julgado por corte marcial.

O líbelo acusatório o aponta como "responsável por divulgação de dados secretos que dizem respeito à segurança nacional dos EUA", crime passível a pena máxima de 52 anos de reclusão em regime fechado.

Entretanto, a divulgação de dados da qual é acusado Manning não se refere ao tsunami de dossiês que vazou sobre os crimes de guerra cometidos no Afeganistão, mas a divulgação de um curto vídeo gravado a bordo de um helicóptero militar dos EUA, que mostra no solo um grupo de soldados norte-americanos insultando com palavras de baixo calão e, em seguida, fuzilando - a sangue-frio - dois jornalistas e um número não apurado de civis desarmados, durante um suposto entrevero nas ruas de Bagdá, em 2007.



Lady Gaga



O papel de Manning no vazamento dos 92 mil documentos militares secretos, assim como de outros 260 mil memorandos internos da Secretaria de Estado dos EUA, uma pequena parte dos quais já foi divulgada pelo site Wiki Leaks, foi revelado aos interrogadores do Pentágono pelo jornalista Adrian Lamo, a quem Manning havia enviado vários e-mails divertindo-se com seus "vazamentos secretos".

De acordo com Lamo, Manning salvava sistematicamente material secreto em CDs, utilizando uma digitação especial para enganar, enquanto supostamente ouvia música de Lady Gaga.

Os motivos do jovem soldado - para muitos traidor e para outros herói - eram ideológicos, considerando que sentia ojeriza à política externa e às guerras de agressão de seu país. "Hillary Clinton e milhares de diplomatas em todo o mundo sofrerão ataque cardíaco quando acordarem uma manhã e verem um gigantesco volume de documentos secretos sobre a política externa dos EUA, disponível em um site da Internet", escreveu Manning em um email para Lamo.

E o soldado esclarecia que "os documentos secretos esclarecem detalhadamente como o Primeiro Mundo explorará o Terceiro, provocando discussões internacionais".

Por seu lado, o site Wiki Leaks recusou-se a confirmar se o soldado Manning é a fonte dos vazamentos, destacando apenas que, "se é, de fato, então deverá ser reconhecido como herói nacional".

De acordo com o The Guardian, os responsáveis pelo site já contrataram três dos maiores advogados norte-americanos para defenderem Manning quando for a julgamento na Corte Marcial.



GP



CIA tinha Osama bin Laden na mão, mas o perdeu

Cabul - Os "diários da guerra" que vazaram no site Wiki Leaks desmentem Lew Panetta, diretor-geral da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA. Panetta assegura que não existem informações sobre Osama bin Laden desde o início de 2000.

Mas os dossiês secretos que vazaram mostram que os serviços secretos dos EUA tinham informações sobre o chefe supremo da Al Qaeda, mesmo que se ele surgisse somente como sombra.

Parece que desde 2004 até inclusive ano passado os comandantes das forças dos EUA-Otan recebiam informações atualizadas sobre a localidade em que Osama bin Laden se encontrava, assim como detalhadas indicações quanto suas atividades.

Em agosto de 2006, por exemplo, o comando das forças da Otan (Isaf) aqui, no Afeganistão, tinha informações sobre um encontro do comando supremo da Al Qaeda que se realizou em Keta, no Paquistão. O comando que se reuniu era composto pelos mulás Omar e Dadulah, mulá Baradar e Osama bin Laden. E o que o comando das forças da Otan (Isaf) fez? Nada.

FONTE:
http://www.monitormercantil.com.br/mostranoticia.php?id=83059

América Latina repudia exercício militar inglês nas Malvinas

América Latina
13 de Outubro de 2010 - 11h10

Compartilhe |
América Latina repudia exercício militar inglês nas Malvinas
"Inaceitáveis atitudes colonialistas", afirmou em um comunicado o governo de Chávez. O presidente venezuelano também se manifestou via Twitter. O chanceler uruguaio defendeu que a postura do seu país "já é conhecida".
Os exercícios militares ingleses nas ilhas Malvinas denunciados pela presidenta Cristina Fernández de Kirchner foram repudiados pelos governos da Venezuela e do Uruguai. O presidente venezuelano Hugo Chávez enviou sua "solidariedade com o povo argentino" e exigiu que o Reino Unido "cesse suas inaceitáveis atitudes colonialistas".

Por sua parte, o chanceler do Uruguai, Luis Almagro, assegurou que o governo do país é contra "qualquer tipo de permanência de caráter militar nas ilhas Malvinas". É "uma nova agressão imperialista aos direitos soberanos argentinos", assinalou em um comunicado ao governo venezuelano diante dos movimentos militares executados nas ilhas Malvinas, que foram denunciados formalmente pelo governo nacional às autoridades britânicas.

Por isso, Chávez emitiu um comunicado por meio do seu Ministério de Relações Exteriores, no qual destacou que "o governo bolivariano repudia que essas ações ocorram em aberta contradição às disposições da ONU e burlando o espírito dos acordos assinados entre ambos os Estados sobre troca de informação de índole militar, em relação com esses territórios em disputa".

Assim, a Venezuela exigiu que a Inglaterra cesse "suas inaceitáveis atitudes colonialistas, que põem em risco a segurança do continente e a paz na região" e manifestou sua "solidariedade com o povo argentino e seu governo", diante do anúncio da armada britânica de "realizar exercícios militares em águas territoriais argentinas das ilhas Malvinas".

Depois, na rede social Twitter, Chávez reforçou seu respaldo à reclamação argentina e enviou "toda a solidariedade bolivariana" e ressaltou que "as Malvinas são argentinas!" à Presidenta, que lhe respondeu com um agradecimento ao companheiro venezuelano, por meio de sua conta na rede, "por sua sincera solidariedade".

Diante da reclamação argentina ao governo britânico, que também se apresentou diante da Organização das Nações Unidas, a embaixada britânica em Buenos Aires informou que os exercícios realizados nestes dias nas ilhas – que se estenderiam até o dia 22 de outubro – fazem parte da rotina "dos últimos 28 anos" e incluem o lançamento de mísseis do tipo "terra-água".

O governo uruguaio ratificou sua posição diante da ocupação inglesa das ilhas. O chanceler Luis Almagro afirmou que "a posição do nosso país já é sabida sobre o assuntos: somos contra qualquer tipo de permanência de caráter militar nas ilhas Malvinas". Almagro disse que a pasta que conduz "acompanhará de perto" a situação e que "seguramente o fato será analisado pelo Conselho de Ministros".

Não é a primeira vez que o Uruguai se pronuncia de forma concreta sobre o conflito de soberania existente entre a Argentina e a Inglaterra. Semanas atrás, o governo do frente-amplista José Mujica negou a solicitação de ingresso ao porto de um barco inglês que viajava para as Malvinas, que precisava de novas provisões de combustível, gesto que também foi agradecido pela presidenta argentina.

Fonte: Página 12

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=7&id_noticia=139139