Al Qaeda no Iêmen reivindica responsabilidade por envio de pacotes-bomba aos EUA
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DE SÃO PAULO
Atualizado às 17h51.
O braço da Al Qaeda no Iêmen reivindicou a responsabilidade pelo envio de dois pacotes-bomba aos EUA em aviões de carga na semana passada. A rede terrorista também assumiu um atentado envolvendo um terceiro avião de carga da empresa UPI (United Parcel Service) ocorrido em setembro. Acompanhe a Folha no Twitter
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Os pacotes foram interceptados na sexta-feira (29) no Reino Unido e nos Emirados Árabes Unidos, e tinham como destino sinagogas em Chicago. Não se sabe ainda se a intenção era explodir os aviões antes de chegarem a seus destinos.
As informações foram divulgadas pelo grupo de vigilância de sites islâmicos SITE nesta sexta-feira. De acordo com o SITE, a rede postou uma mensagem em fóruns na internet sobre a "jihad" e fez um apelo pelo envio de mais pacotes-bomba para "aumentar o círculo dos envios e incluir aeronaves civis do Ocidente, além de mais aviões de carga".
AP | ||
Bombas detectadas em aviões da FedEx e da UPS foram transportadas do Iêmen em dois voos de passageiros |
O outro foi descoberto em uma instalação da FedEx Corp em Dubai. O pacote de Dubai foi levado para exames de laboratório para tentar determinar sua natureza, informa um comunicado da autoridade de aviação civil do país, segundo a agência de notícias estatal.
A Qatar Airways confirmou que o pacote de Dubai foi transportado em um de seus voos de passageiros partindo da capital iemenita, Sanaa, com escala em Doha.
Regras de segurança mais rígidas para o transporte internacional de cargas aéreas poderiam prejudicar o comércio e a economia mundial.
Os EUA ampliaram sua assistência a treinamento, inteligência e serviço militar no Iêmem após um plano frustrado para explodir um avião de passageiros americano no dia do Natal em 2009. O braço da Al Qaeda no Iêmen assumiu a responsabilidade pelo plano.
Uma fonte do governo americano havia dito anteriormente que a Al Qaeda na península árabe estava no "topo da lista" dos supostos responsáveis pelo envio dos pacotes.
SEGURANÇA
O envio dos pacotes forçou governos, empresas aéreas e autoridades de aviação ao redor do mundo a rever suas regras de segurança.
O governo britânico anunciou na segunda-feira (1º) a suspensão de voos de carga provenientes da Somália, por causa de "possíveis contatos entre a Al Qaeda no Iêmen e grupos terroristas na Somália".
O Reino Unido também proibiu a importação de grandes cartuchos para impressoras na bagagem de mão por pelo menos um mês, além de seu envio por transporte de cargas de e para o país, a menos que se use um transportador credenciado pelo governo.
O Reino Unido e a França já anunciaram a suspensão de todos os voos de carga vindos do Iêmen. Voos diretos de passageiros do Iêmen para o Reino Unido já estavam suspensos. A Alemanha suspendeu voos de carga e passageiros partindo de solo iemenita. Empresas aéreas de transporte de carga também suspenderam operações no país.
As autoridades do Iêmen decretaram, também na última segunda-feira a aplicação de medidas "excepcionais" de registro de todas as cargas que saem do país.
Os EUA enviaram uma equipe de investigadores ao Iêmen para ajudar nas buscas pelos suspeitos e para treinar os funcionários do aeroporto de Sanaa a inspecionar as cargas.
PLANO FRUSTRADO
Efe |
Fayfi revelou à Arábia Saudita os códigos de rastreamento dos pacotes que continham bombas enviadas aos EUA |
Uma autoridade americana disse que o fabricante de bombas saudita Ibrahim Hassan al Asiri, que se suspeita trabalhar para o braço da Al Qaeda no Iêmen, é um suspeito-chave.
O premiê britânico, David Cameron, disse no sábado (30) que a bomba encontado no Reino Unido foi planejada para explodir uma aeronave no ar.
A bomba estava escondida em uma impressora da HP e continha 400 gramas de explosivos; já a bomba encontrada em Dubai continha 300 gramas, disse uma fonte do governo alemão em anonimato nesta segunda-feira. O mecanismo de detonação era bastante sofisticado, disse ele. A bomba da tentativa de ataque frustrado no Natal tinha 80 gramas de PETN.
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